O transporte metroviário se constitui como um importante agente de produção e reprodução do espaço. Além de garantir o deslocamento de grandes contingentes de passageiros nas grandes cidades e metrópoles, é também uma importante ferramenta de organização, estruturação e transformação do espaço, seja em virtude de seu processo construtivo e suas infraestruturas, seja pelas atividades econômicas, sociais e culturais resultantes de suas instalações. Isto implica na influência de fatores políticos, econômicos e sociais que regem o uso e a ocupação do solo urbano, evidenciando conflitos de interesses entre grupos e classes, o que se traduz na diferenciação espacial e na desigualdade de distribuição e de acesso às infraestruturas, equipamentos, bens, serviços e empregos no espaço urbano, dentre os quais o próprio metrô se insere. Podemos observar tais condições na cidade de São Paulo, que possui um sistema metroviário de extensão restrita às áreas centrais do município, com baixa inserção em áreas periféricas. Desta forma, nos questionamos: de que forma se planeja o transporte metroviário, e de que forma ele altera o espaço no qual se insere? Este trabalho propõe uma reflexão acerca do processo de implantação do metrô a partir do estudo de caso da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo.