Caberia ao campo da Geografia da População problematizar questões relativas às espacialidades de grupos sociais violentados por suas orientações sexuais e identidades de gênero? Partindo-se do princípio de que a resposta a esta questão é positiva, este trabalho objetiva analisar a espacialização da violência contra a população LGBTI+ no Brasil. A proposta tem como referência de análise os dados apresentados pelos Dossiês de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil em suas edições de 2021 e de 2022. Os dossiês apontam caminhos possíveis para o debate desse tema na Geografia da População: i) a contabilização e a espacialização das mortes em diferentes escalas de análise; ii) a discussão sobre os espaços públicos e privados como espaços inseguros para a população LGBTI+; e iii) a ausência de dados governamentais oficiais sobre essas violências. Esses caminhos evidenciam que os debates de População podem servir para ancorar políticas públicas que garantam maiores direitos e segurança a esses grupos.