A prática insuficiente de atividade física e a obesidade, associadas a demais fatores de risco à saúde, podem potencializar o surgimento de doenças crônicas e consequentemente a incapacidade funcional. O presente estudo teve como objetivo analisar a associação entre a prática de atividade física e obesidade na perda de produtividade laboral em adultos atendidos pelo Sistema Único de Saúde. Foram considerados obesos aqueles com índice de massa corporal ?30 kg/m². A prática de atividade física habitual foi avaliada por meio de questionário, a amostra foi subdividida em quartis segundo o escore total de atividade física, sendo: quartil 1= insuficientemente ativos; quartis 2 e 3= moderadamente ativos e quartil 4= ativos. Como indicador de risco à saúde foram avaliados em conjunto a prática de atividades físicas e o índice de massa corporal, sendo os pacientes classificados nos seguintes grupos: i) nenhum risco, ausência de obesidade e de prática insuficiente de atividade física; ii) obesidade, presença de obesidade e ausência de prática insuficiente de atividade física; iii) prática insuficiente de atividade física, ausência de obesidade e presença de prática insuficiente de atividade física; iv) ambos, presença de obesidade e prática insuficiente de atividade física. A perda de produtividade foi avaliada por meio de entrevista face-a-face, sendo considerados tanto o prejuízo financeiro derivado de aposentadorias por invalidez como o do absenteísmo. Para procedimentos estatísticos foram utilizados os testes qui-quadrado, regressão logística binária e Hosmer-Lemeshow, e a significância estatística estabelecida em 5%. Foram avaliados 542 pacientes com média de idade 61,9 anos (IC95%= 61,1 – 62,7), destes 70,3% eram mulheres. Os achados deste estudo apontam que 29,7% dos pacientes relataram aposentadoria ou absenteísmo por motivos de saúde. Foi possível identificar que o percentual de pessoas que se aposentaram e/ou faltaram no trabalho ao menos uma vez no ano foi maior entre pacientes obesos (OR= 1.68; IC95%= 1.07 - 2.65) e obesos insuficientemente ativos (OR= 2.54; IC95%= 1.31 - 4.93). Por outro lado, o fato de estar situado no mais alto quartil de perdas econômicas foi superior apenas entre pacientes obesos insuficientemente ativos (OR= 2.25; IC95%= 1.13 - 4.45). Este estudo conclui que agregação de excesso de peso corporal e prática insuficiente de atividade física interferem diretamente na perda de produtividade laboral.