Dentre os elementos presentes no tênis de mesa, existem dois importantes para que o atleta tenha sucesso na partida, a velocidade de bola: quanto mais velocidade na bola, menos tempo de reação o oponente terá, e o posicionamento de bola: para colocar a bola em locais específicos da mesa, visando dificultar a devolução. A dificuldade em combinar os dois elementos para ter um resultado positivo é que quanto maior a velocidade, menos controle há com relação ao posicionamento da bola. O objetivo do estudo foi verificar a eficácia de golpes em mesatenistas jovens de alto rendimento. Participaram 17 atletas de tênis de mesa do gênero masculino, convocados para Seletiva da Seleção de Jovens da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa no ano de 2022 ou 2023 (15,6 ± 1,8 anos de idade; 62,4 ± 11,8 kg de massa corporal; 170,8 ± 7,5 cm de estatura; 7,1 ± 2,2 anos de prática; 20,5 ± 8,8 horas semanais de prática). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Campinas (n. 5.636.945/2022). Para mensurar a velocidade e o posicionamento de bola, foi realizado teste específico para tênis de mesa constituído de 45 rebatidas de forehand em bolas lançadas com efeito por baixo por um robô específico para tênis de mesa (TT-Robot Retro Pong 1). Os atletas foram orientados a acertar os alvos com golpes ofensivos, alternadamente, na mesma ordem. Dois alvos retangulares foram posicionados nas laterais da mesa e o terceiro alvo foi posicionado na região central do fim da mesa. Foi verificada a velocidade da bola a cada rebatida pelo radar modelo Bushnell Speed Radar Gun. A velocidades foram calculadas pela média de todos os golpes que acertaram a mesa. A precisão do posicionamento de bola foi realizada em tempo real por 2 examinadores com experiência em tênis de mesa e os testes foram filmados. A verificação qualitativa sobre o posicionamento de bola foi realizada posteriormente por meio do programa Kinovea. Para a medida de acurácia foi utilizado o procedimento: quando a bola atingiu o alvo: 2 pontos; quando a bola atingiu a mesa mas não tocou o alvo: 1 ponto; um erro foi cometido: 0 ponto. Foi ainda calculado o Índice de desempenho (ID) por meio da fórmula: ID = velocidade média da série × acuraria/100, visando associar as medidas de velocidade e posicionamento de bola. A normalidade dos dados foi analisada pelo teste de Shapiro-Wilk. Utilizamos a estatística descritiva para resumir e apresentar os dados coletados. Todas as análises foram realizadas no programa GraphPad Prism. No teste de eficácia de golpe os atletas apresentaram velocidade de bola de 48,7 ± 5,4km/h, acurácia de 39,4 ± 10,6, índice de desempenho de 19,1 ± 5,2 e 39,6 ± 12,3 % de percentual de erro. Estudos que avaliam eficácia de golpes em jovens mesatenistas ainda são escassos e esses dados trazem subsídios tanto para compreender o perfil como para o treinamento diário destes atletas.