INTRODUÇÃO O atletismo é uma modalidade considerada como base para diversas outras, pois utiliza de habilidades físicas básicas, como correr, saltar e lançar. Levando em consideração a grande utilização da força, velocidade e potência, a composição corporal se mostra um bom preditor de desempenho da modalidade. Diversas são as formas de avaliar a composição corporal, incluindo a antropometria através de dobras cutâneas, o índice de massa corporal (IMC), e também a bioimpedância elétrica (BIA), a qual fornece um resultado bastante completo que inclui o Ângulo de Fase (AF), uma ferramenta que prediz a integridade celular. OBJETIVO O estudo tem como objetivo principal correlacionar os valores de ângulo de fase com a composição corporal calculada através da antropometria e do IMC, e comparar os resultados obtidos na correlação de meninos e meninas praticantes de atletismo. METODOLOGIA Foram avaliados, no início da temporada, 50 atletas sendo 20 do sexo feminino e 30 do sexo masculino da faixa etária de 15 a 18 anos, que praticam atletismo há pelo menos um ano, com frequência semanal de três sessões de treinamento. Foram mensuradas as medidas de peso e altura para cálculo do IMC, avaliação para obtenção do percentual de gordura corporal através do protocolo de Slaughter et al (1988) indicado para jovens, utilizando as dobras cutâneas (mm) triceptal e subescapular, e composição corporal através da bioimpedância elétrica tetrapolar. RESULTADOS A gordura corporal obtida mostra uma média significativamente maior (23,52; ±10,51) para mulheres em comparação aos homens (12,53; ±3,70), assim como o IMC, de 22,25; ± 5,83 e 20,80; ± 2,41, respectivamente. Da mesma forma, porém inversamente proporcional, o AF das mulheres (6,76; ± 0,57) foi menor do que o obtido para os homens (7,33; ± 0,63), o que pode ser justificado pelo que apresenta a literatura, a respeito do maior ângulo de fase para homens, mas também pelo valor obtido na composição corporal das mulheres. Os valores de correlação de Pearson para o AF não obtiveram significância expressiva, chegando a r = -0,129 em relação ao percentual de gordura corporal e r = 0,177 em relação ao IMC. Já para as amostras separadas por sexos, os valores de r foram ainda menos significativos para as mulheres, sendo r = - 0,031 para gordura corporal e r = - 0,169 para o IMC, enquanto para os homens a correlação ainda obteve uma significância mediamente expressiva, com r = 0,484 para gordura corporal e r = 0,503 para IMC. CONCLUSÃO Embora os três métodos utilizados sejam bons indicadores para análise de composição corporal, não foi observada correlação significativa entre IMC, dobras cutâneas e ângulo de fase. O ângulo de fase através da BIA se mostra uma medição simples e rápida para avaliar a composição corporal de jovens atletas, complementar aos métodos já utilizados mais comumente, como as equações de composição corporal. Sendo assim, são necessários mais estudos para confirmar a relação entre os métodos utilizados.