Artigo Anais I CINTEDI

ANAIS de Evento

ISSN: 2359-2915

RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO: O RACISMO NO COTIDIANO ESCOLAR

Palavra-chaves: RACISMO, PRECONCEITO, ESTÁGIO SUPERVISIONADO Pôster (PO) EDUCAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL; DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE CULTURAL.
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Publicado em 02 de dezembro de 2014

Resumo

O presente relato se refere ao componente curricular Estágio Supervisionado IV que se realizou na creche Maria e João , da rede pública municipal de Campina Grande. Tem como objetivo refletir e descrever sobre situações de racismo presente no cotidiano escolar. Através do Estágio Supervisionado pode se identificar diversos tipos de problemas e estratégias para solucioná-los. Permite que muitas vezes o estagiário encontre situações inusitadas na sua área profissional, favorecendo melhor o desenvolvimento do raciocínio, da capacidade, do senso crítico, e, também, de usar sua criatividade, pois neste estágio teria que fazer uma intervenção, isto é, ministrar as aulas. O estágio ocorreu no período de uma semana no turno da manhã, e durante este tempo de Estágio Supervisionado a gestora me acolheu devidamente com orientações sobre as regras de funcionamento da creche, possibilitando que o trabalho de observação do espaço escolar ocorresse de forma favorável. O tema que estavam trabalhando na referida creche era o meio ambiente. Ao chegar à sala de aula no primeiro dia de observação, percebi que havia três educadoras e uma delas, que já conhecia previamente de outro estágio, me recebeu com muita atenção e gentileza. Por conhecer esta educadora, decidi então escolher a turma em que ela estava. Em relação às outras duas educadoras, infelizmente, eu não senti o mesmo acolhimento, logo no momento em que as cumprimentei, já senti olhares e gestos de repulsa. No segundo dia, percebi que se tratava de indiferença mesmo em relação a minha presença, talvez por não aceitarem uma pessoa desconhecida no ambiente de trabalho delas, ou pelo simples fato de achar que um estagiário não merece atenção. Senti-me muito constrangida e sem entender o porquê daquela situação. Conversando com a educadora da sala escolhida, em outra oportunidade de estágio, ela deixou escapar que também passava por algum tipo de indiferença em relação às outras, foi aí que questionou a possível discriminação racial, já que seria pelo tom de sua pele negra, ou pelo fato de ter um carisma e de tratar os alunos da creche com uma postura de igualdade, sem rejeição. O preconceito vai além da cor da pele, algumas pessoas sentem a necessidade de colocar suas frustrações em cima de alguém sem a menor culpa. Em relação às crianças da creche, também foi possível perceber que o tratamento de carinho com algumas dessas crianças era diferente, pois se fazia acepção ao tom de pele, as feições, a higienização doméstica e ao trato da criança em geral, pois estas eram sempre melhor tratadas e atendidas gerando uma desigualdade na sala de aula. Com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em 1996, todos os alunos negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados. Infelizmente no Brasil é possível ocorrer fatos desta natureza nas escolas, mas cabe ao professor em sala de aula combater qualquer ato discriminatório e abordar temas de diversidade. Com a fatídica experiência cheguei à conclusão que o preconceito pode estar em qualquer lugar e a qualquer hora, e senti na pele a dificuldade de poder fazer o meu trabalho sendo descriminada pelo simples fato de ser uma estagiária, mas creio que assim como eu, estas professoras também tenham passado pelo processo de estágio em sua formação acadêmica. As relações culturais não são relações idílicas, não são relações românticas, elas são construídas na história e, portanto, estão atravessadas por questões de poder, por relações fortemente hierarquizadas, marcadas pelo preconceito e discriminação de determinados grupos (CANDAU, 2008). Ao final de uma angustiante experiência, concluí que é bastante dolorosa a discriminação por viver na pele a dificuldade e privação de realizar um trabalho planejado anteriormente, mas que impossibilitou inteiramente a minha desenvoltura na intervenção deste estágio. Desde a infância, conviver com o preconceito racial é uma barreira que conduz a desigualdade e a falta de oportunidade.

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