Dentro dos processos de mudança no português brasileiro, encontra-se a variação de modalidade morfossintática, que implica nas desenvolturas construcionais realizadas por falantes da língua. Partindo deste aspecto, o presente trabalho visa refletir como se realizam construções acusativas e dativas (além de complementos relativos e circunstanciais, segundo os termos de Duarte, 2007) ancoradas pela pronominalização clítica, em contextos de transitividade, isto é, como são construídos objetos, direto e indireto, através do recurso de utilização de pronomes que repercutem casos dativos e acusativos nas construções de argumentação interna como termos selecionados pelo predicador. Para verificar tais ocorrências, utilizaremos, como ponto de discussão, o Livro didático de Língua Portuguesa a fim de refletirmos como esse aspecto implica no ensino de língua materna e como tais manuais apresentam esse tipo de abordagem. O estudo fundamenta-se, primariamente, aos postulados de Duarte (2007, 2011), sobre constituição do objeto em situações de transitividade; Cunha e Souza (2011), transitividade e seus contextos de uso, numa perspectiva funcionalista; e Neves (2012; 2013), organizando o desfecho teórico nos postulados funcionais. Sobre a qualiquantificação dos dados, a hipótese se confirma quando constatamos que os livros didáticos abordam os oblíquos de forma tímida - principalmente quando estes se apresentam em suas posições dativas e acusativas – mesmo quando asseguram considerar os estudos funcionais e de análise linguística em suas propostas de ensino.