Na prisão, o teatro e a dança funcionam como resistência. Resistir é um ato de liberdade. Por meio da dança, do teatro e da escuta promove-se um espaço de livre expressão que podem relativizar os efeitos do aprisionamento. Este trabalho apresenta uma descrição do projeto “A Leitura da vez” caracterizado como resgate da historicidade do Projeto de remição de pena A Leitura que liberta (PLL) – uma experiência pedagógica para a construção do sujeito em direção à cidadania, iniciado em 2015, em Belém, Pa. Teoricamente, utilizou-se dos conceitos de Foucault (1999) e de Onofre (2011) que discutem sobre a vida e a educação nas prisões; de Rocha (2006) e de Ryngaert (2009) que destacam o teatro e a dança como sinônimo de liberdade; de Gallo (2008) e de Deleuze (1995) que tratam, a partir da Filosofia da Diferença, do conceito de “educação menor”. O percurso metodológico descreve as ações realizadas pelos professores do projeto no Centro de Reeducação Feminino, com 07 leitoras, e reflete sobre as possibilidades de amadurecimento da consciência social e pedagógica dessas mulheres, enquanto sujeitos de direitos e evidencia a contribuição do PLL em suas trajetórias de vida. Os resultados apontam aspectos de uma profícua relação entre a arte do teatro e da dança com as mulheres em situação de privação de liberdade, funcionando como um sentimento de libertação e de exercício da cidadania.