O desenvolvimento humano é caracterizado dialeticamente pelo processo da aprendizagem que se dá através da interação ao longo da vida. De acordo com a teoria histórico-cultural, o sujeito em desenvolvimento no contexto escolar faz o uso da linguagem para se tornar um sujeito ativo e transformador da cultura em que está inserido, sendo estimulado, através do professor/mediador, para que este se desenvolva todo o seu potencial. Nesta concepção o aprendente é visto como um membro de uma cultura que está em pleno desenvolvimento e em contato com o contexto escolar a partir do momento em que entra na escola, começa a ser estimulado pelo professor com o intuito de desenvolver a sua personalidade. O objetivo deste estudo é relatar a vivência de estagiários de Psicologia Escolar no processo de pesquisa-intervenção junto à alunos e professores na temática do desempenho acadêmico, avaliando a relação professor/aluno a fim de uma reflexão dos métodos e processo de aprendizagem. Realizou-se um estudo de campo, com abordagem qualitativa, que adotou como procedimento inicial a Análise Psicossocial da Escola, do Projeto Político Pedagógico, bem como foram realizadas observações participantes, entrevistas estruturadas e semi-estruturadas com os funcionários, professores e alunos, discussões e debates com o Conselho Tutelar e a comunidade escolar. A escola investigada possui estruturas físicas satisfatórias, entretanto, com base nas entrevistas e coletas de dados sobre o processo de aprendizagem, encontram-se conflitos e queixas em relação ao desempenho profissional de alguns professores da instituição. A temática das relações sociais entre estudantes e professores também foi outro tema de destaque, enfatizando suas implicações para o processo de ensino-aprendizagem. Verificou-se ainda que o desempenho acadêmico e o rendimento acadêmico dos entrevistados em sua maioria foram abaixo da média. Sendo a identificação com os professores um aspecto favorável para o bom desempenho. Percebeu-se que o processo de aprendizagem está ineficiente em determinados aspectos e, segundo a perspectiva histórico-cultural, é preciso que o professor desenvolva um papel ativo na sala de aula e seus métodos sejam significativos para o aluno, de modo que o diálogo e a linguagem entendidos como uma reflexão entre os sujeitos e a formação dos mesmos, podendo transformar a realidade de conhecimento daquela instituição para uma realidade em que os sujeitos tenham uma formação crítica e reflexiva, tornando-se protagonistas do seu fazer.