Este artigo tem como objetivo analisar a promoção da ludicidade, da convivência e do pertencimento no ensino fundamental através da escrita de um jornal escolar. Para isso, adotamos os conceitos de Buckingham (2010) sobre o letramento midiático, as abordagens de Baltar (2010) sobre as mídias escolares, e de Bonini (2011) e de Ijuim (2004) sobre o jornal escolar. Sendo uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, utilizamos como técnicas de construção de dados: a observação participante das ações desenvolvidas por estudantes do Clube do Jornal, em uma escola pública municipal de Fortaleza, no Ceará; a entrevista semiestruturada com dois membros pertencentes a cargos de gestão do clube e as cartas pessoais redigidas por parte de seus integrantes. Como resultados, identificamos que a ludicidade deve estar presente nesse contexto de coletividade discursiva pois proporciona momentos de prazer, de acolhimento e de certa liberdade aos participantes do clube. Quanto à convivência, constatamos que os estudantes interagem dentro e fora do Clube do Jornal por meio de reuniões, de passeios, de conversas, de bingos, de leituras e de outras práticas de letramento que envolvem a produção do jornal escolar. Sobre a noção de pertencimento, essa sensação está atrelada à questão discursiva que esse projeto proporciona para cada integrante através do uso da linguagem viva e funcional. Em outros termos, eles passam a se reconhecer e a serem reconhecidos como atores sociais que contribuem para a melhoria da escola. Como percepção final deste trabalho, fica nítido que o desenvolvimento do jornal dentro da escola oportuniza práticas para além da leitura e da escrita uma vez que os estudantes do clube se divertem, convivem e se fazem pertencer como protagonistas no espaço educacional.