O ensino da língua escrita na escola deve possibilitar ao indivíduo uma melhor comunicação, tanto oral como escrita, em diversas situações de uso, bem como o desenvolvimento da capacidade de refletir sobre a própria língua. Nessa conjuntura, o trabalho com a análise linguística deve acontecer de forma articulada aos demais eixos de ensino da língua materna – leitura, oralidade e produção de textos, buscando-se, desse modo, superar uma tradição centrada na memorização de regras como um fim em si mesmo (Geraldi, 2006) e o rompimento com a artificialidade quanto ao uso da linguagem na sala de aula. Assim, nessa direção, nesse estudo temos como objetivo refletir sobre a fabricação das práticas pedagógicas de duas professoras que lecionavam nas séries iniciais do ensino fundamental, envolvendo atividades de produção textual e o ensino de alguns conteúdos pertencentes ao eixo da análise linguística. Como aporte teórico, nos apoiamos nas ideias de Geraldi (2006), Costa Val (2006), Mendonça (2006), Morais (2006), entre outros autores e pesquisadores. Numa abordagem qualitativa a pesquisa foi realizada em duas escolas da rede pública de ensino das cidades do Recife e de Olinda/PE. Para coletarmos os dados, realizamos observações participantes e entrevistas semiestruturadas, durante todo o processo investigativo, no interior das salas de aula. Os dados apontaram, os constantes movimentos e esforços das professoras de aproximar o ensino referente ao eixo da análise linguística daquilo que vem sendo apregoado a partir das mudanças/transformações originadas nos anos 1980: o texto como objeto principal do ensino de língua e o ensino da análise linguística atrelado ao texto.