Resumo O presente trabalho trata-se de um artigo que discute literatura negra na escola e identidade. É sabido que a formação identitária dos sujeitos se dá a partir das experiências, entre elas as vivências escolares que tendem a contribuir para a afirmação ou negação de suas raízes históricas. Partindo da inquietação de como a literatura negra pode contribuir para a afirmação identitária das pessoas negras, este artigo objetiva compreender o papel dessa literatura enquanto campo de afirmação identitária das pessoas negras. Uma vez que, muitas crianças ao adentrarem o espaço escolar acabam por se depararem com textos e contextos que as fazem sentirem vergonha de serem quem realmente são, isso se deve a uma desvalorização dos povos africanos e suas culturas que enraízam a formação do povo brasileiro. Diante disso, a pertinência desse trabalho se justifica pela ampliação de discussões históricas que nos permitem (re)pensar as práticas desenvolvidas em sala de aula e os currículos. A metodologia da pesquisa, ancorada na abordagem qualitativa que direcionou o tratamento dos dados, compreende uma análise bibliográfica de obras de duas autoras negras: “Olhos D´água” da Conceição Evaristo e “Quarto de despejo” de Carolina Maria de Jesus. Os dados da pesquisa evidenciam que a originalidade e proximidade com que as autoras abordam questões do cotidiano das pessoas negras possibilitam uma identificação com tais realidades e isso fortalece a autoimagem, conhecimento histórico das nossas raízes e valorização das mesmas que culmina na afirmação dos indivíduos como negros(as) e a inserção dessa literatura nas escolas causa impacto na sociedade. O trabalho encontra-se fundamentado em Evaristo (2016), (2017), Jesus (2014), Tenório (2020) entre outros.