As mulheres foram, em uma perspectiva tradicional, colocadas à margem da narrativa da história, de forma a se tornarem invisíveis sob este paradigma. Considerando essas reflexões, o objetivo geral do artigo é realizar uma revisão de literatura da produção da historiadora Ana Maria Colling, doutora em história pela PUCRS, por esta se dedicar a investigar a história e historiografia das mulheres no Brasil. Suas obras reúnem diferentes aspectos a serem considerados na escrita da história das mulheres, perpassando diferentes discursos ao longo da história, como: a necessidade de se pensar sobre as representações do feminino, as relações de poder entre os gêneros, as diferenças entre os espaços públicos e privados, as diferenças entre homens e mulheres, suas desconstruções, o empoderamento feminino e a temática da educação e gênero. Para tanto, nosso suporte teórico está aportado em Michele Perrot (2019), que argumenta que a presença das mulheres é frequentemente apagada, inicialmente pela ausência de registros, porém a autora argumenta que as mulheres não apenas têm história, mas também são agentes históricas. Como principais resultados, identificamos: a) é possível compreender a importância de se abrir para discussão os discursos que cercam o feminino, pois desta forma que se faz possível a desconstrução de estereótipos dados como universais. b) o espaço escolar configura-se como essencial para essa desconstrução, devendo a história das mulheres refletir também sobre as práticas educativas direcionadas ao público feminino.