Refletir sobre o envolvimento dos estudantes no tocante a produção do conhecimento de genética, de modo que percebam o sentido e significado do que se aprende para a sua vida, é um desafio que precisa ser tratado de maneira incansável, considerando a complexa função social de educar. Este artigo tem por objetivo analisar dois relatos de intervenção pedagógica no âmbito da educação biológica, vivenciadas numa escola pública estadual, na cidade de Campina Grande, Paraíba, no intuito de comunicar experiências de aprendizagem em genética e sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo e emocional de estudantes, para além do espaço escolar, na perspectiva da educação inclusiva. Trata-se de um estudo descritivo numa abordagem qualitativa. Nos anos 2018 e 2019 realizou-se, respectivamente, os projetos de intervenção pedagógica: Aprendendo genética para além dos muros da escola: uma ação educativa, solidária e inclusiva e Compartilhando saberes sobre saúde com deficientes intelectuais. Os projetos envolveram estudantes da 3ª série do ensino médio e estudantes de duas instituições que atendem pessoas com deficiência visual e intelectual. O caminho percorrido neste estudo, configurou-se em três etapas: 1. apreciação dos relatórios sobre a execução dos dois projetos desenvolvidos; 2. descrição da estrutura metodológica dos projetos; e 3. apresentação das experiências de aprendizagem em genética e sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo e emocional dos envolvidos. Os resultados foram sistematizados e analisados considerando quatro aspectos: Contextualização; Conhecendo a realidade; Planejando ações e Compartilhando saberes e Socializando vivências. Percebe-se, portanto, que as experiências de aprendizagem em genética despertaram para mudança de valores no âmbito da inclusão e dos direitos humanos, bem como favoreceram a ampliação do repertório de saberes, de ordem conceitual, procedimental e atitudinal, como condição imprescindível para compreensão da realidade e, consequente tomada de decisão com responsabilidade, autonomia, solidariedade, humanismo e cidadania, valores inerentes à educação biológica e inclusiva.