Este artigo tem como objetivo central investigar de que forma o modelo de educação jesuítico influencia as escolas cívico-militares. Como objetivos específicos, iremos apresentar as origens do modelo de educação jesuítica no Brasil; em seguida, abordaremos como nasceu o ideário das Escolas Cívico-Militares no país; bem como o atual momento de funcionamento das mesmas e as possíveis consequências desse modelo para a educação. Partimos do problema: existe uma influência da educação jesuítica nas escolas cívico-militares do Brasil? Se sim, de que maneira se dá e quais as consequências de sua implementação para a educação? O trabalho se deu a partir de pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, com as contribuições de Freyre (2003), que nos ajudou a entender como se introduziu e quais os métodos da educação jesuítica. No início da colonização, os jesuítas receberam a incumbência da metrópole portuguesa de civilizar os “aborígenes”, impondo e utilizando a força. Entendemos que a ideologia embutida no decreto que institui o Programa das Escolas Cívico-Militares no Brasil comunga com o modelo jesuíta. Percebe-se que há um pensamento de que se deve buscar um padrão de educandos que respeitem a ordem, a pátria, os valores, por meio do rigor no cumprimento das regras, disciplina e exclusão de quem não se encaixa. Uma escola que não respeita a pluralidade de culturas, exclui quem mais necessita, violenta os direitos. De modo que, parcialmente, finalizamos, entendendo que o resultado dessa influência jesuítica na educação não favorece um processo educacional inclusivo e democrático. Não combate as reais causas dos problemas de violência, evasão, falta de pertencimento, ao contrário. Freire (1987) e também Freire (1997) vem contribuir na reflexão de outro tipo de escola, diversa desse modelo autoritário, excludente, que se isenta de exercer seu importante papel de levar cidadania e humanização às crianças e à juventude.