Nos últimos anos, aconteceram discussões fervorosas sobre de quem é a responsabilidade da educação sexual de crianças e adolescentes: da família ou da escola?. Na mídia brasileira, estas discussões ganharam destaque por conta de projetos de lei como o Escola Sem Partido e por conta da chamada “ideologia de gênero”, que têm como uma de suas principais premissas a neutralidade de opinião dos professores nas salas de aula de educação básica, em especial, quando se trata de questões relacionadas a sexualidade e gênero. Este estudo objetivou descrever o cenário dessas discussões e destacar as falas de indivíduos e instituições que levaram a elaboração destes projetos de lei. Para isso, Miskolci e colegas e Biroli serviram de aportes teóricos, e a metodologia foi elaborada a partir da abordagem qualitativa e da pesquisa documental como procedimento metodológico; foram analisados diversos documentos, entre eles, um documento oficial do Vaticano, diversas declarações dadas por governantes e pensadores sobre a temática e o próprio movimento político “Movimento Escola sem Partido”. Como resultados, tem-se que a Igreja, em uma tentativa de preservação da família em sua estrutura heteronormativa, influenciou o pensamento dos fiéis nos últimos anos através de declarações de grandes figuras, como o Papa. Além disso, as declarações do atual presidente do Brasil e o “Movimento Escola sem Partido” parecem já mudar o cenário escolar, mesmo que nenhuma lei que proíba a educação sexual tenha sido implementada a nível federal ou estadual.