O presente trabalho tem o intuito de apresentar o recorte de uma pesquisa quanti-qualitativa, realizada entre 2021-2022, que contou com a resposta de aproximadamente setecentas pessoas da comunidade escolar, em que se reflete, entre outros aspectos, sobre a percepção dos professores e demais profissionais da educação acerca da realidade atual do Ensino Médio e da reforma educacional proposta em 2017. O que chama a atenção às respostas apresentadas é o sentimento generalizado de insegurança dos professores em relação à apropriação deste novo cenário. Os dados colhidos na pesquisa indicam que a escola atual, com seu formato tradicional, não dialoga com os estudantes. Porém, o Novo Ensino Médio, em vias de implementação (com o primeiro ano obrigatório em 2022), ainda é percebido como um grande desafio, pois incide diretamente no cerne da educação e no dia a dia da escola, não contemplando, segundo os dados dessa pesquisa, treinamentos e formações efetivas para que o docente adeque suas práticas e perspectivas frente a essa nova realidade. Potencializando esse cenário, a maioria massiva dos professores acredita que as escolas, em seus aspectos estruturais, de coordenação, suporte e afins, não estão preparadas para o Novo Ensino Médio. Segundo o MEC, a reforma objetiva desenvolver o protagonismo juvenil e a autonomia nos estudantes, permitindo que vivenciem um Ensino Médio mais significativo para suas realidades, de forma a dialogar com a vida profissional e seu papel de cidadão no mundo em que vivem. Essa proposta afeta diretamente a rotina e a organização de todas as escolas secundaristas e dos pouco mais de meio milhão de professores de Ensino Médio do país. Por fim, concluímos a importância de oferecer uma formação agregadora aos docentes, de forma a muni-los com ferramentas e segurança no desenvolvimento de um Novo Ensino Médio para além de nomenclaturas.