O currículo tem sido o ponto fulcral nas reformas educacionais brasileiras de fins do século XX e primeiras décadas do século XXI. Há um consenso por parte dos reformadores da educação de que ele é o elemento de garantia da qualidade educacional. Nesse contexto, há uma reestruturação do currículo, alinhado às avaliações em larga escala sob a égide de políticas de cunho neoliberal e gerencialista. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) ganha destaque no cenário atual, como indutora de uma possível promoção de igualdade educacional, que se baseia na aquisição de habilidades e competências, sob a lógica da meritocracia, representando interesses privados em detrimento do interesse público, seguindo uma política universalizante e de centralização curricular, que legitima as desigualdades. Aliada à BNCC , ainda temos a Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que instituiu a reforma do Ensino Médio nos sistemas de ensino. Nesse sentido, é urgente problematizar as concepções de currículo que permeiam a BNCC e a Reforma do Ensino Médio, as rupturas entre as etapas da Educação Básica, o reducionismo na formação dos estudantes, realizando reflexões políticas e educacionais e traçando possíveis encaminhamentos de resistência à uma formação de base neoconservadora, limitada, descontextualizada e despolitizada para os jovens do ensino médio deste país, a partir de um modelo de currículo comum e arbitrário. A pesquisa possui abordagem qualitativa, seguida de revisão bibliográfica e análise documental.