Introdução: A sociedade tem avançado tecnologicamente, os programas de saúde tentam acompanhar esse avanço, mas nem todas as esferas da população conseguem alcançar esse desenvolvimento. Cabe aos profissionais de saúde desenvolver estratégias de promoção da saúde, por meio de medidas preventivas adequadas à população. A Enfermagem tem papel de suma importância para orientar as mulheres sobre planejamento familiar e tem se utilizado das tecnologias como forma de assistir a sua clientela nos diversos ambientes. Portanto, tendo em vista o fornecimento de apoio aos dois atores do processo, neste caso o educador (profissionais de saúde) e educando (cegos) objetivou desenvolver e avaliar uma tecnologia (o Manual) com enfoque nos métodos anticoncepcionais comportamentais para mulheres cegas. Metodologia: Trata-se de um estudo de desenvolvimento e avaliação de Tecnologia Assistiva, sobre saúde sexual e reprodutiva. O período da coleta de dados ocorreu entre março 2011 e abril de 2012. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Comunicação em Saúde do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. Os sujeitos do estudo foram três juízes especialistas em aspectos pedagógicos e nove mulheres cegas. O estudo constou de três etapas metodológicas: desenvolvimento do manual, avaliação pelos juízes especialistas e avaliação com as cegas. Procedeu-se à análise dos resultados mediante as etapas metodológicas. Resultados e discussão: O Manual Saúde Sexual e Reprodutiva: Métodos Anticoncepcionais Comportamentais construído, apresentou as seguintes características: textos em Braille e tinta simultaneamente; figuras termoform (em alto relevo); descrição detalhada de como os leitores cegos podem realizar a leitura das figuras e compreendê-las da melhor maneira; divisão em secções para que o leitor possa ter compreensão global do funcionamento do corpo, de como acontece a gravidez e, por fim, dos métodos anticoncepcionais comportamentais. Cada juiz recebeu um exemplar do Manual e dentre as contribuições dos juízes, aquela que foi sugerida por todos foi a adequação da linguagem, tanto em relação à clarificação de termos técnicos como a revisão do português. Em relação as figuras, os três a consideraram relevantes para a compreensão do assunto, como também julgaram pertinente a descrição da leitura das mesmas, opinaram para coloca-las coloridas. Também foi sugerido por um dos juízes utilizar frente e verso das páginas. Os três juízes elogiaram o uso do tamanho do papel e o fato dele ser encadernado. O Manual foi julgado unanimemente que desperta interesse e curiosidade aos leitores, assim contribui e estimula a aprendizagem, logo, pode ser usada como prática de educação em saúde e no processo ensino-aprendizagem. As mulheres cegas avaliaram que o Manual está acessível para o usuário cego e que o mesmo não reflete nenhum tipo de discriminação, preconceito ou exclusão. Essas foram unanimes em avaliar o Manual como atraente e possível de promover mudança de comportamento e atitude. Conclusão: A construção de manuais educativos para pessoas cegas vem ocorrendo para facilitar a vida dessas pessoas. Usar manual educativo, ilustrativo e instrutivo contribui para melhor aprendizado. O uso de manual no processo ensino-aprendizagem vem sendo utilizado desde as escolas até as consultas de saúde.