Este artigo objetiva discutir, a partir de uma análise documental (ARÓSTEGUI, 2006), as ações punitivas e disciplinares contidas no regimento do Orfanato Padre João Maria, instituição que esteve em funcionamento no estado do Rio Grande do Norte, entre os anos de 1920 a meados de 1950, para tanto, levamos em consideração a alínea g, do artigo 11º e o artigo 12º do regimento, nos quais podemos perceber o direcionamento dado às órfãs que porventura viessem a causar desordens no espaço. Salientamos que a instituição analisada possui caráter assistencial, sendo direcionado a partir das perspectivas filantrópicas, religiosas e higienistas, realizando um processo de sócio educação nas meninas internas. A partir das leituras realizadas no documento e o aparato das fontes bibliográficas, se fez possível inferir que os aspectos disciplinantes dos corpos atuavam naquele espaço mediante regras de atuação, imposta por uma hierárquica organização de poderes sociais, os quais se utilizavam de táticas (CHARTIER, 1990) de repressão e a intimidação para manutenção da ordem.