O processo educativo precisa ser decolonizado. O currículo tradicional, de base iluminista, tinha como objetivo fazer do processo ensino-aprendizagem um método pragmático de absorção, por parte dos estudantes, de conteúdo acadêmico, sem a intervenção do professor como mediador entre os conteúdos ensinados e a realidade social dos alunos. O racismo, como problema social presente nos países que foram colonizados por europeus, é uma prática que pode ser interferida se utiliza-se a educação escolar para promover, de forma positiva, a África, os africanos e seus descendentes, para assim decolonizar o ensino e eliminar os vestígios racistas que vieram com a colonização. A colonialidade do poder, do saber e do ser têm prevalecido nas formas de atuação dos latino-americanos, pois o continente europeu, através da Modernidade, logrou estabelecer-se como padrão, exterminando as epistemologias locais. Os autores Paulo Freire e Enrique Dussel entendem a educação como método libertador. Dussel, através da filosofia da libertação, expressa que para que o povo latino-americano alcance a liberdade total, este deve opor-se a todos os tipos de colonialidade, priorizando a produção local, para liberar-se do jugo europeu. Por outro lado, Freire critica fortemente o ensino bancário, por este não garantir o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, impedindo que realizem conexões entre a realidade social e os conteúdos ensinados em sala de aula, sendo uma forma de manutenção do racismo ao não permitir que seja discutido como entrave social. A relação existente entre os dois autores expressa-se na preocupação pela liberdade epistemológica e a decolonialidade do saber como modo de alcançar a liberdade, rejeitando a Modernidade europeia para superar o colonialismo e a colonialidade do poder, do saber e do ser. A metodologia utilizada para a investigação é de base documental, trazendo como resultado uma análise das possibilidades de alcançar a educação decolonial e antirracista utilizando práticas educativas decoloniais.