Notoriamente o ano letivo de 2022 tem sido marcado por uma escalada de violência nas escolas. O retorno ao ensino presencial não veio acompanhado por uma preocupação sistemática em receber os estudantes de forma especial e com cuidado constante as suas emoções. Partindo do conceito geográfico de lugar, como espaço que permeia relações de sentimentos positivos (topofilia) ou negativos (topofobia), argumenta-se que ouve uma “deslugarização” do espaço escolar fazendo deste um não-lugar. Esse não-lugar, que é transitório, de passagem, descaracterizou a escola como locus de segurança e suporte, fazendo com que o conflito, de todas as ordens, fosse predominante nas vivências estudantis. Essas vivências na escolar acabaram “lugarizando” o espaço escolar tendo como base a topofobia. Essa hipótese conduz o trabalho, trazendo a reflexão de um ambiente físico propício para a explosão da violência assistida nos últimos meses nas escolas de todo o país. Há necessidade urgente de uma “relugarização”, a partir da topofilia, para que a escola possa voltar a ser espaço que construa, em sua dimensão simbólica, ambiente propicio para uma formação não só para aprendizagem, mas para a cidadania e respeito a diversidade.