A partir da análise de obras sobre a presença do corpo negro nos espaços de ensino e profissionalização do Ballet Clássico, esse estudo deseja tecer considerações sobre a continuidade de padrões de branqueamento no campo da dança. A partir de uma revisão bibliográfica, transitando entre abordagens que interseccionam gênero e raça, apresenta uma breve reflexão sobre a presença da mulher negra na sociedade, bem como, elabora uma análise sobre os desafios anti-racistas no campo da dança. Para tanto nos auxiliam autores como Anjos, Oliveira e Veraldi (2015); Anunciação (2020); Jesus (2020), Moura (2001) e Gottschild (2012) na percepção do corpo negro no balé, bem como, Kilomba (2019), Carneiro (2011) e Guimarães (2009) na percepção dos entraves étnicos raciais para a compreensão do racismo em nossa contemporaneidade. O trabalho evidencia os modos de exclusão da mulher negra na sociedade em geral e no campo da dança clássica em particular, a partir das expectativas criadas e reproduzidas que reificam a manutenção da branquitude, dificultando acessos aos corpos de mulheres racializadas.