A ICONOGRAFIA FETAL TEM SIDO UM CAMPO DE AMPLAS DISPUTAS POLÍTICAS. NESTE TRABALHO, INTERESSA PREGUNTAR COMO APRENDEMOS A VER O QUE VEMOS? COMO DAMOS SENTIDO AO QUE NOSSOS OLHOS APREENDEM? COMO SERÁ APRESENTADO NESTA COMUNICAÇÃO, AS IMAGENS PRODUZIDAS DE ECOGRAFIAS E FOTOGRAFIAS CIENTÍFICAS NOS ENSINARAM A VER O FETO, COM UMA VISÃO IMBUÍDA DE VÁRIAS MOTIVAÇÕES SUBJETIVAS, ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS. OS PRODUTOS FOTOGRÁFICOS DE EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS, EDITADOS E MANIPULADOS POR PROFISSIONAIS DA ÁREA DA FOTOGRAFIA E DO CINEMA, SERVIRAM PARA CONSTRUIR UMA NARRATIVA HUMANIZADORA DO EMBRIÃO AO LONGO DO SÉCULO XX. PARA O NOSSO CASO ESPECÍFICO, ANALISAREMOS OS BONECOS KSI MERITOS E AS IMAGENS DO CIENTISTA DAVENPORT HOOKER, ORGANIZADAS NA SÉRIE EARLY HUMAN FETAL ACTIVITY, PRODUZIDA ENTRE 1932 E 1952, EM CONJUNTO COM AS FOTOGRAFIAS FETAIS DE LENNART NILSSON, PUBLICADAS NA SÉRIE EARLY HUMAN FETAL ACTIVITY, IMORTALIZADAS NA REVISTA LIFE EM ABRIL DE 1965. AMBAS AS OBRAS, PUBLICADAS EM UM MOMENTO DE MUDANÇA SEMÂNTICA E CULTURAL DO FETO, EM QUE O EMBRIÃO, PRODUTO DA GESTAÇÃO OU MERO MATERIAL DE LABORATÓRIO, TORNOU-SE TITULAR DE DIREITOS, FORAM DIVULGADAS NA MÍDIA ESTADUNIDENSE, INFLUENCIANDO A FORMA COMO A SOCIEDADE ENTENDIA O EMBRIÃO. ESSA TRANSFORMAÇÃO, COMO VEREMOS, PRODUZIU A POSSIBILIDADE DE CRIAR UM NOVO PERSONAGEM NA ICONOGRAFIA DO SÉCULO XX: O FETO CIDADÃO PORTADOR DE DIREITOS, UM PERSONAGEM INSERIDO E PROMOVIDO NO MERCADO MATERIAL E SIMBÓLICO.