NO PRESENTE TRABALHO, ANALISAMOS COMO CORPO E MATERNIDADE RELACIONAM-SE AO REGIME DE VIOLÊNCIAS E OPRESSÃO PATRIARCAL. PARA A REFLEXÃO, O CONTO “A VIRGEM SANTÍSSIMA DO QUARTO DE JOANA”, DO AUTOR BERNARDO ÉLIS (195-1997), PUBLICADO NA OBRA ERMOS E GERAIS, EM 1944, NOS POSSIBILITA MELHOR COMPREENDER AS DIVERSAS FORMAS DE VIOLÊNCIA E OPRESSÃO IMPOSTAS SOBRE OS CORPOS E EXISTÊNCIAS DAS MULHERES, EM QUE SE INTERSECCIONAM MARCADORES COMO CLASSE SOCIAL, A GESTAÇÃO E A MATERNIDADE. NESSE CONTEXTO, CONHECEMOS A PERSONAGEM JOANA, LEVADA AINDA CRIANÇA PARA TRABALHAR COMO EMPREGADA DOMÉSTICA, EM TROCA DE ABRIGO, ROUPA USADA E COMIDA, EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS À DA ESCRAVIDÃO, E QUE, QUANDO ENGRAVIDA DO FILHO DOS PATRÕES, É OBRIGADA A SE CASAR E A SILENCIAR A PATERNIDADE BIOLÓGICA DO FILHO. AS DIVERSAS FORMAS DE OPRESSÃO E VIOLÊNCIA SOFRIDAS PELA PERSONAGEM EVIDENCIAM O LUGAR DE EXPLORAÇÃO E DOMINAÇÃO SOBRE OS CORPOS E EXISTÊNCIA DAS MULHERES, DESTINADOS AO TRABALHO, À EXPLORAÇÃO SEXUAL, ABANDONAS QUANDO ENGRAVIDAM, E OBRIGADAS AO CASAMENTO E À MATERNIDADE.