Na gerontologia, ao considerar a funcionalidade das pessoas como indicador de saúde, fica implícita a necessidade de que essas estejam engajadas em ocupações significativas para a manutenção da saúde do idoso. A forma como as pessoas distribuem as suas ocupações no dia a dia e participam delas reflete a sua rotina. Assim, em sua intervenção, o terapeuta ocupacional pode usar a Estruturação de Rotina (ER) para possibilitar organização, produção de saúde e bem-estar. Objetiva-se relatar a experiência do uso da ER, por terapeutas ocupacionais, como ferramenta na intervenção de idosos no domicílio. Elaborado mediante relato de experiência de uma empresa de Terapia Ocupacional do Nordeste do Brasil. A equipe atendia 40 clientes, no domicílio, sendo 16 sem diagnóstico fechado, na perspectiva de envelhecimento ativo. Foi considerado como desfecho o relato da percepção dos profissionais diante da evolução da Capacidade Funcional dos idosos junto à ER. A partir da discussão de casos, registrados nas atas de reuniões semanais, coletou-se os dados entre janeiro de 2018 até fevereiro de 2020. As informações foram tabuladas no Microsoft Excel para facilitar a visualização dos resultados. Foi construído um processo de ER que consiste em dez passos que envolve desde a formação de vínculo, coleta e análise das ocupações distribuídas na rotina, até proposição de novas ocupações, resgate de atividades significativas e monitoramento. Identificou-se que esse processo favoreceu: o equilíbrio ocupacional; a saúde mental do familiar; qualidade do sono; orientação temporal e espacial; controle das alterações comportamentais; além da independência e autonomia. Ressalta-se que essa ferramenta possui limitações e que a aceitação, a disciplina do cliente e o suporte familiar são imprescindíveis. A experiência refletiu uma riqueza de possibilidades da ER vistas à Capacidade Funcional dos idosos. O uso de uma metodologia para essa ferramenta facilitou o trabalho do terapeuta ocupacional e garantiu experiências positivas.