O envelhecimento humano é caracterizado pelo declínio funcional e, quando somado a fatores externos, incluindo cirurgia de histerectomia, pode levar a maiores déficits funcionais e piores condições físicas, especialmente em mulheres a partir da sexta década de vida. Apesar de estudos sugerirem que a menopausa em idades mais precoces se associa a uma pior funcionalidade, a idade da histerectomia ainda é pouco explorada dentro dessa associação. Trata-se de um estudo transversal, que analisou idade da histerectomia e funcionalidade (independência para sentar-levantar, deitar-levantar, tomar banho, andar só e sair só), coletadas por autorrelato segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE. A amostra foi composta por 1.096 idosas divididas em quatro grupos de idade de histerectomia: antes dos 40 anos (22,4%), entre os 40 e 45 anos (16,6%), entre 45-54 anos (38%) e aquelas com 55 anos ou mais (23%). Foi realizada regressão logística binária para comparar a chance de dificuldade funcional entre os grupos, considerando p-valor<0,05. Quando comparadas ao grupo de referência (histerectomia entre 45 e 54 anos), as mulheres do grupo <40 anos apresentaram maiores chances para dificuldade em tomar banho (2,78 vezes), deitar-levantar (1,87 vezes) e andar só (2,45 vezes). As do grupo 40-44 anos possuíam maior dificuldade para tomar banho (3,23 vezes), andar só (2,54 vezes) e sair só (1,79 vezes). As do grupo ≥ 55 anos apresentavam chances 1,61 vezes maiores para dificuldade em sair só (p<0,05). Os resultados sugerem que mulheres que passam pela histerectomia antes dos 45 anos têm maiores chances de apresentarem disfunções físicas quando idosas. Esses achados podem contribuir para o direcionamento de tomada de decisões quanto à prevenção e promoção em saúde para mulheres.