Os velhos aparecem como personagens constantes na prosa de Mia Couto, sendo representados, quase sempre, como anunciadores, guardadores do legado da tradição que muito têm o que compartilhar com os mais jovens, em especial com as crianças. Entre esses dois universos – o da velhice e o da infância – forma-se uma ponte de afeto e cumplicidade, uma forte ligação e diálogo que pretendemos mostrar através da análise de quatro contos do escritor moçambicano: “A adivinha”, “O poente da bandeira”, “O rio das Quatro Luzes” e “Balões dos meninos velhos”. Em termos de fundamentação teórica, nos valeremos dos textos de diversos estudiosos das literaturas africanas de língua portuguesa, como Afonso (2001), Fonseca (2003), Secco (2006), entre outros.