CORPOS INTERSEXO APRESENTAM VARIAÇÕES BIOLÓGICAS QUE NÃO SE ENCAIXAM NAQUILO QUE O DISCURSO BINÁRIO DEFINE COMO MASCULINO OU FEMININO. DISCURSO PRODUZIDO NO CAMPO DA BIOMEDICINA, QUE CONTRIBUI PARA A DETERMINAÇÃO DA MATRIZ BINÁRIA PARA PENSARMOS E VIVERMOS O GÊNERO E O CORPO. NESTE TEXTO, QUE PARTE DE UMA TESE DE DOUTORADO QUE SE VINCULA A UMA PESQUISA AMPLA COM FINANCIAMENTO DO CNPQ, APRESENTAMOS O QUE LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA, DISTRIBUÍDOS PELO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (2012 – 2018), APRESENTAM SOBRE O CORPO INTERSEXO E A INTERSEXUALIDADE. O NOSSO CAMPO TEÓRICO E METODOLÓGICO É SITUADO EM ESTUDOS SOBRE A INTERSEXUALIDADE, O GÊNERO, O CORPO E A EDUCAÇÃO DE MATRIZES CRÍTICAS E PÓS-CRÍTICAS. APONTAMOS TRÊS DESTAQUES PARA O RECORTE DA PESQUISA QUE APRESENTAREMOS: 1- OS LIVROS, AO ABORDAREM TEMAS COMO REPRODUÇÃO DOS ANIMAIS E DETERMINAÇÃO GENÉTICA DO SEXO, MOBILIZAM VERDADES SOBRE A INTERSEXUALIDADE E SOBRE O CORPO/ORGANISMO INTERSEXO; 2- NÃO LOCALIZAMOS NOS LIVROS OS TERMOS/CONCEITOS INTERSEXO E INTERSEXUALIDADE; 3- NOS INTER(DITOS) E NÃO DITOS, OS LIVROS ENSINAM QUE A MENSTRUAÇÃO E/OU PRESENÇA DE ÚTERO É REQUISITO DE DEFINIÇÃO DO SER MULHER; O CORPO/ORGANISMO MASCULINO (HOMEM) QUE NÃO PRODUZ ESPERMATOZOIDES OU QUE TEM MAMAS DESENVOLVIDAS NÃO É LEGÍTIMO; A CAPACIDADE REPRODUTIVA É CRITÉRIO DE NORMALIDADE. NOS ENSINAMENTOS SÃO COLOCADAS EM FUNCIONAMENTO FACETAS DA BIOPOLÍTICA QUE DESPOTENCIALIZAM OS CORPOS INTERSEXO.