A PROSTITUIÇÃO, ASSIM COMO OUTRAS ATIVIDADES, PARTICIPA DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO. ENTRETANTO, ELA NÃO É TRATADA DA MESMA MANEIRA QUANDO DE PROJETOS DE INTERVENÇÃO URBANA. ISTO DECORRE NÃO APENAS DA FORMA COMO É PERCEBIDA NAS SOCIEDADES, COMO TAMBÉM NAS POLÍTICAS DE PROSTITUIÇÃO ADOTADAS EM DISTINTOS CONTEXTOS. EM QUALQUER CASO, ESSA ATIVIDADE INFLUENCIA NÃO SÓ NA DINÂMICA URBANA COTIDIANA, MAS NA CONFIGURAÇÃO FÍSICA DAS CIDADES TAMBÉM. A PARTIR DE UMA ANÁLISE NA SEQUÊNCIA TERRITORIAL DE CONFINAMENTO DA PROSTITUIÇÃO NA CIDADE DE SÃO PAULO/BRASIL, ATRAVÉS DO EXERCÍCIO DA EXTINTA ZONA DE BAIXO MERETRÍCIO DO BOM RETIRO (1939-1953), DA BOCA DO LIXO NA DÉCADA DE 1960, E DOS RESQUÍCIOS PROSTITUCIONAIS URBANOS DILUÍDOS PERIFERICAMENTE PELO CENTRO DA CIDADE, EM COMPARAÇÃO COM A ORGANIZAÇÃO DO RED LIGHT DISTICT, EM AMSTERDÃ/PAÍSES BAIXOS, DISCUTIMOS O PAPEL DA PROSTITUIÇÃO NESSAS CIDADES, ANALISANDO A DINÂMICA DESSAS ÁREAS ESPECÍFICAS, AS RELAÇÕES E TENSIONAMENTOS ENTRE ESSA ATIVIDADE, POLÍTICAS E PROJETOS URBANOS IMPLEMENTADOS PELA GESTÃO PÚBLICA, BEM COMO AS DINÂMICAS DE GÊNERO AI EXISTENTES. MOSTRAMOS QUE, APESAR DE A PROSTITUIÇÃO TER SIDO RECONHECIDA COMO UMA OCUPAÇÃO NO BRASIL EM 2002 E REGULAMENTADA NOS PAÍSES BAIXOS EM 2000, EM AMBOS OS CASOS SUA INSERÇÃO NA CIDADE CONTINUA SENDO MARCADA PELO ESTIGMA DE PUTA (PHETERSON, 1996), PELA CRIMINALIZAÇÃO DO CONTEXTO PROSTITUCIONAL, PELA SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL EM QUE MUITAS ESTÃO, SOBRETUDO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19, PELA INVISIBILIZAÇÃO E EXPULSÕES QUANDO DE PROJETOS DE “RENOVAÇÃO” URBANA.