A LEITURA PAUTADA NA CONCEPÇÃO DE QUE TODA LITERATURA É “INTERTEXTUAL”, À MEDIDA QUE É REFUTADA A NOÇÃO DE “ORIGINALIDADE” LITERÁRIA, ASSIM COMO REJEITA-SE O CONVENCIONAL COMPARATIVISMO SUSTENTADO NAS ANÁLISES DAS “INFLUÊNCIAS” FUNDADAS NUMA OBRA PRIMEIRA, ORIENTA-NOS PARA A AMPLIAÇÃO DA NOÇÃO DE QUE TODA OBRA É DIFUSA EM SEUS MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS, EM SEUS EMARANHADOS DE SENTIDOS. SE TODO TEXTO É “REDIGÍVEL”, COMO NOS SUGERE EAGLETON (2006), ELE É FORMADO POR UMA TRAMA DE CÓDIGOS E FRAGMENTOS DE CÓDIGOS COM OS QUAIS PODEMOS ABRIR O CAMINHO PARA OUTRAS SIGNIFICAÇÕES TEXTUAIS. NESSE SENTIDO, A ANÁLISE DA NARRATIVA FÍLMICA O HOMEM QUE COPIAVA E O DIÁLOGO COM O ROMANCE DE GEORGES PEREC (1991), A VIDA: MODO DE USAR, PROPOSTA NESTE ARTIGO, SE REALIZARÁ ATRAVÉS DA CONSIDERAÇÃO DA LEITURA DO FILME ENQUANTO UM TEXTO FORMADO PELOS CRUZAMENTOS E INTERSECÇÕES COM OUTROS TEXTOS, OUTRAS LINGUAGENS, OUTRAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS. ESTA RELAÇÃO DIALÓGICA ENTRE A NARRATIVA FÍLMICA E LITERÁRIA SERÁ EVIDENCIADA A PARTIR DA INTERPRETAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE CONCEITOS COMO “INTERTEXTUALIDADE”, DE JULIA KRISTEVA (1974), “DIALOGISMO”, DE MICHAEL BAKHTIN (1987), “TRANSTEXTUALIDADE”, DE GERARD GENETTE (1997) E “JOGO”, DE JOHAN HUIZINGA (2005). A PARTIR DA CONTRIBUIÇÃO DESSES AUTORES PARA UMA OUTRA FORMA DE “LER” O TEXTO LITERÁRIO/CINEMATOGRÁFICO, FOI POSSÍVEL REALIZAR UMA ATIVIDADE MENOS REPRESSIVA E MAIS LIBERTÁRIA EM RELAÇÃO À PRÓPRIA ANÁLISE DAS INTERSECÇÕES LITERÁRIAS PRESENTES NO FILME ANALISADO.