A VILA DO MEIO-DIA – ESPAÇO FICTÍCIO ONDE OCORRE O DESENROLAR DA PEÇA GOTA D'ÁGUA: UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA DE CHICO BUARQUE E PAULO PONTES – ENCARNA A SEPARAÇÃO DE VÁRIOS LUGARES SOCIAIS E ESPACIAIS, E AS DIVERSAS TEMPORALIDADES. PERCORREM PELOS SEUS BECOS INÚMEROS CIDADÃOS, COM IDENTIDADES DISTINTAS, COMPARTILHANDO ENTRE SI A CONDIÇÃO DE MORADORES DO MESMO CONJUNTO HABITACIONAL. TENDO ISTO EM MENTE, ESTE ARTIGO OBJETIVA ANALISAR AS PRÁTICAS CULTURAIS DOS INDIVÍDUOS NA VILA, AMBIENTE DA OBRA DOS DRAMATURGOS, TENDO POR BASE A DISCUSSÃO TEÓRICA DO BAIRRO DE LYON FEITA POR PIERRE MAYOL, EM DIÁLOGO COM MICHEL DE CERTEAU, NO LIVRO A INVENÇÃO DO COTIDIANO 2, MORAR E COZINHAR. DESTACANDO, PORTANTO, COMPORTAMENTOS NO FALAR E AGIR, VALORES, CONVENIÊNCIA E ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE MASCULINOS E FEMININOS, ENTRE OUTRAS CARACTERÍSTICAS QUE REVELAM NA VILA UM LUGAR NO QUAL A LINHA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO É TÊNUE, E QUE AS TRAJETÓRIAS INDIVIDUAIS SE UNEM FORMANDO UM COLETIVO DE EXPERIÊNCIAS MÚLTIPLAS.