PIMENTEL, Renata. De quando atear fogo é arder: orgia e a ficção confessional. Anais IV DESFAZENDO GÊNERO... Campina Grande: Realize Editora, 2019. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/64078>. Acesso em: 14/11/2024 18:14
TRATA-SE DE BREVE INVESTIGAÇÃO SOBRE ORGIA (2011), DO ARGENTINO TULIO CARELLA, OBRA QUE RELATA A EXPERIÊNCIA DURANTE OS ANOS QUE VIVEU EM RECIFE, NA DÉCADA DE 1960. SOB A DENOMINAÇÃO DE DIÁRIOS, OS EVENTOS RELATADOS TEMATIZAM O CHOQUE CULTURAL DO ESTRANGEIRO NO NORDESTE DO BRASIL, A DIFICULDADE DE INSERÇÃO NO MEIO SOCIAL, INTELECTUAL E ARTÍSTICO E SEU REFÚGIO NAS AVENTURAS SEXUAIS, SOBRETUDO COM HOMENS, NEGROS, POBRES E MARGINAIS, PELA REGIÃO CENTRAL DA CIDADE OU PELO CAIS RECIFENSE. CARELLA FOI PRESO E DEPORTADO EM CIRCUNSTÂNCIAS POLÍTICAS ALUDIDAS NO LIVRO, MAS MELHOR ESCLARECIDAS EM OBRAS COMO A DE HERMILO BORBA FILHO (1972). AQUI SE QUESTIONA O ENQUADRAMENTO DO TEXTO COMO GÊNERO CONFESSIONAL, COLOCANDO-O SOB INVESTIGAÇÃO EM PARALELO COM O CONJUNTO DA PRODUÇÃO DESTE AUTOR, DESCONHECIDA NO BRASIL, E REVELANDO O QUANTO A ESCRITA DE CARELLA DENUNCIA A ESTRUTURA COLONIAL, FALSO MORALISTA E BURGUESA DA CULTURA RECIFENSE E PÕE EM XEQUE A MASCULINIDADE HETERONORMATIVA. COMO REFERENCIAL USAMOS FISCHER (2009), ZAMBRANO (1995), SILVA (2015), ZUMTHOR (2007), TREVISAN (2000) PARA CONTRIBUIR COM UM OLHAR DIVERSO À FORTUNA CRÍTICA SOBRE CARELLA E ORGIA E REVELAR UMA OBRA DENSA, REPLETA DE CAMADAS.