Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas experiências realizadas em sala de aula com a literatura erudita e a cultura popular, mais especificamente, buscamos compreender como os alunos constroem sentidos sobre as profecias do tempo e, ainda, sobre o diálogo entre a cultura popular com outras expressões culturais consideradas “mais elaboradas”. Através da leitura da obra O Quinze, de Rachel de Queiroz e de poesias do poeta popular Marcos Antunes, bem como de viagens a campo, para registro de relatos sobre as profecias do tempo, os alunos foram levados a refletir sobre os elementos da memória e da identidade sertaneja na obra, poemas populares e relatos supramencionados. Essa pesquisa foi realizada com alunos do Colégio Educandário Raízes do Saber, no município de Luís Gomes-RN, e está ancorada nos estudos de Barros (2008), Bosi (2007), Höffler (2006), Lúcio (2005), dentre outros. Por fim, percebemos que os alunos despertaram para a relação entre a literatura erudita e popular e, principalmente, compreenderam como as profecias da seca se constituem como elemento de identidade e de memória no sertão nordestino.