Este artigo teve por objeto a inserção da disciplina Literatura Popular nos currículos dos cursos de Letras (presenciais) do Nordeste. Com base nos documentos curriculares oficiais, as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Letras (2001b), Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa (1998), os PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (2002) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006) e fundamentados nos estudos teóricos acerca da circularidade cultural (BAKHTIN, 1999), (BURKE, 1989) e da oralidade literária (ZUMTHOR, 1997), efetuamos análises de currículos observando a presença da Literatura Popular e conteúdo das ementas dessa disciplina curricular, bem como perceber a importância não apenas do canônico, mas também do popular na formação do aluno de Letras. Observamos que, dos 19 cursos de Letras pesquisados, 9 possuem a Literatura Popular em seus currículos, o que correspondem a 47,37 % das licenciaturas pesquisadas, e desses 9, apenas 1 curso, o de Letras da UPE – Campus Mata Norte contem três disciplinas de Literatura Popular, uma obrigatória e duas optativas, tornando-se o primeiro e único curso de Letras do Brasil a possuir essa disciplina como obrigatória. Portanto, historicamente, sabemos que a Literatura Popular esteve ausente do contexto escolar, passando ao largo da sala de aula e dos currículos dos cursos de Letras, mas hoje, já podemos perceber uma mudança esboçada no horizonte, pois, apesar da temática ser ainda incipiente nos manuais didáticos e nos currículos de Letras, o ensino da Literatura Popular (Poesia, Prosa e Teatro) já é uma demanda das políticas públicas, inclusive sendo exigida no ENADE/LETRAS 2014.