Resumo: O estágio supervisionado permite ao professor em formação observar a realidade da sala de aula. Partindo dessa premissa, o presente artigo pretende discutir a prática de ensino de literatura observada numa turma de uma escola pública, bem como o papel da leitura literária na formação do leitor no Ensino Médio. Neste sentido, contraporemos a leitura observada em sala de aula, de caráter puramente informativo, à leitura de viés formador, uma vez que a literatura é capaz de ampliar a capacidade de conhecimento do leitor e de humanizá-lo (CANDIDO, 2002), e que a leitura é uma prática social que pode constituí-lo como sujeito crítico. O presente trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa etnográfica, a partir da observação de uma turma de 3° ano do ensino médio de uma escola pública estadual, localizada em Campina Grande, no período de outubro a novembro de dois mil e treze. Para fundamentá-lo, dialogamos com as reflexões de Cosson (2009), Kleiman (1996), Martins (2006), Pinheiro (2006; 2012), Silva (1998), Soares (2006), OCEM (2006) e PCN (1998), no que diz respeito aos problemas da disciplina Literatura e aos caminhos possíveis para abordar, com pertinência, as obras na escola. Verificamos que o professor, na maioria das vezes, não toma a literatura como experiência fundamental na formação humanística do aluno. Com base nessa observação, elaboramos uma proposta de intervenção didática com crônicas do escritor Luís Fernando Veríssimo, contemplando a leitura como prática social capaz de desenvolver no aluno seu lado crítico.