Na obra Diário de Rafinha - as duas faces de uma amor (2009), Léo Dragone não se limita a narrar a descoberta da sexualidade de seu personagem principal - Rafael, e de seu desejo homoerótico, mas elabora um discurso narrativo no qual perfila várias questões morais e identitárias próprias da adolescência, apresentando vários problemas familiares e morais relacionados à fase adolescente. Rafael é filho de uma típica família - normal, filho de Sr. Osvaldo e Dona Zélia, irmão de Raissa, é aparentemente um rapaz sem problemas, namorador e popular entre as garotas. Todavia, conforme o próprio narrador afirma nos primeiros momentos do texto, Rafinha era - Um adolescente que sempre esteve longe de ser o queridinho da família. Muito pelo contrário, era a ovelha negra (Diário de Rafinha, p.11), e isto ficará bem evidente ao longo da narrativa, diante das ações do personagem. A obra, assim, narra a história de Rafael, um adolescente que se apaixona pelo namorado de sua irmã, Tom, e em nome desse amor realiza inúmeras ações imorais, chegando a se envolver com trafico de drogas e até a cometer alguns assassinatos. Vejamos como esse processo se inicia na narrativa, quando Rafinha conhece o novo namorado da irmã e se apaixona por ele de imediato, que, conforme a descrição.