Os modelos de treinamento de força para animais visam assemelhar o treinamento de roedores
aqueles feitos por seres humanos. Entretanto, a hipertrofia muscular nem sempre é demonstrada nos
diferentes músculos esqueléticos. Tal fato pode estar relacionado a utilização de diferentes
protocolos de treinamento de força encontrados na literatura. Além disso, as respostas adaptativas
são corriqueiramente mensuradas em músculos do membro posterior do animal, deixando assim
uma dúvida quanto a efetividade em se avaliar os músculos do membro anterior. Para tal, este
trabalho objetivou comparar os efeitos de três diferentes protocolos de treinamento de força sobre a
morfologia do músculo bíceps braquial de roedores. Quarenta ratos Wistar (4 meses de idade)
foram divididos igualmente em 4 grupos: Controle (GA), volume fixo/intensidade fixa (GB),
volume fixo/intensidade crescente (GC) e volume crescente/intensidade crescente (GD). Os grupos
foram submetidos a 8 semanas de treinamento de força, com frequência de 3x/semana em dias
alternados. As cargas equivalentes ao treinamento de cada grupo experimental foram definidas a
partir dos testes de carga carregada máxima, ao qual os roedores foram submetidos antes e após o
período de intervenção. Após o período experimental e a eutanásia dos animais, o músculo bíceps
braquial foi removido, fixado em nitrogênio líquido e preparado para técnica de histoquímica.
Através da marcação com miosina ATPase, quantificamos a área de secção transversa das fibras
musculares dos tipos I e II (µm2
). Para comparação dos valores de carga carregada máxima pré
versus pós, utilizamos teste t de student. Em relação ao parâmetro morfológico analisado e as
comparações de resistência de força entre os grupos, utilizamos análise de variância (ANOVA) oneway (post hoc Tukey). Para todos os cálculos estatísticos utilizamos o software SPSS versão 21.0
com nível de significância estabelecido para p≤0,05. Os grupos GB e GC apresentaram maiores
volumes totais de carga em comparação a GD (p<0,05). A capacidade de carregar carga aumentou
estatisticamente em todos os grupos experimentais (p<0,05), sem qualquer diferença entre eles. A
área de secção transversa das fibras tipo I foi estatisticamente maior nos grupos GB e GC em
comparação a GA e GD (p<0,05). Já a área de secção transversa das fibras II foi estaticamente
maior em GB e GC em comparação a GA (p<0,05). A partir dos resultados aqui apresentados,
concluímos que os aumentos da área média de secção transversa das fibras musculares tipo I e II do
bíceps braquial parecem ser dependentes do volume total de carga de treinamento.