O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, onde ocorrem algumas transformações que podem afetar a qualidade de vida dos indivíduos. No Brasil, assim como diversos países em desenvolvimento, o número de indivíduos dessa população vem crescendo. Algumas dessas transformações incluem o comprometimento da mobilidade, que de forma ampla é definida como a capacidade de deslocamento no ambiente sem assistência, ou seja, vai determinar a dependência nas atividades de vida diária. O objetivo deste trabalho foi indicar os preditores para o risco de evolução para a incapacidade na mobilidade. Neste estudo, participaram 93 idosos residentes da comunidade (71,5±5,8 anos de idade, 86 mulheres e 7 homens). Inicialmente, uma anamnese, para obter informações pessoais e dados relativos ao nível de atividade física (minutos semanais de exercício físico), foi realizada. Em seguida, a função cognitiva global foi mensurada por meio do Mini-Exame do Estado Mental (Mini-Mental). A mobilidade foi mensurada por meio da Ferramenta de Mensuração da Mobilidade – versão curta (MAT-sf), que contextualiza 10 tarefas de mobilidade por meio de animação em vídeo-clip, onde o participante pode assistir quantas vezes quiser, e ao menos uma vez antes de responder. Os vídeos-clips representam o andar em diferentes velocidades, inclinações e até mesmo desafios da vida diária, como por exemplo, subir escadas e carregar sacolas. A pontuação total do participante, que pode ser variável de 30 a 80 pontos, onde a maior pontuação significa menor comprometimento na mobilidade, foi empregada na análise. A Análise de Regressão Múltipla (stepwise) foi empregada para predizer o risco de evolução para incapacidade na mobilidade e o modelo incluiu idade, nível de atividade física e função cognitiva global. A estatística descritiva revelou valores médios e de desvio-padrão para a mobilidade (53,47±8,49 pontos), nível de atividade física (184,73±148,54 min/semana) e função cognitiva global (25,48±3,21 pontos). A Análise de Regressão indicou a idade como preditor único para o risco de incapacidade na mobilidade (R2=0,196; p<0,001; ß=-0,442; p<0,001). Idade mais avançada é capaz de predizer o risco de incapacidade na mobilidade com 44,2% de certeza. Esses resultados sugerem que os idosos mais velhos são mais suscetíveis a terem a capacidade de deslocamento no ambiente sem assistência comprometida e, como consequências, dificuldade para realização das atividades da vida diária e redução na independência. Apoio Financeiro: CNPq (processos 309045/2017-7; 47282/2018) CAPES (Código 001).