O sobrepeso e a obesidade podem favorecer o surgimento de doenças crônicas e tem apresentado
predomínio tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, em diferentes grupos
populacionais. A prática de atividade física é um dos comportamentos que podem minimizar os
impactos do sobrepeso e a obesidade nos riscos de morbidades e mortalidades. O objetivo deste
estudo foi estimar a associação entre a prática de atividades físicas no lazer em relação ao sobrepeso
e a obesidade em universitários de uma instituição pública do estado da Bahia. Este é um estudo de
delineamento transversal, no qual derivou-se do estudo MONISA (Monitoramento dos Indicadores
de Saúde e Qualidade de Vida em Acadêmicos) o ano de realização foi em 2014, incluindo em sua
amostra representativa de 1.041 universitários, escolhidos por seleção aleatória simples,
considerando a proporcionalidade dos universitários entre os 33 cursos e a distribuição entre o
período de estudo e ano de ingresso na universidade. As informações foram obtidas via questionário
ISAQ-A (Indicadores de Saúde e Qualidade de Vida em Acadêmicos). Os desfechos deste estudo
foram obtidos via Índice de Massa Corporal (IMC), calculado com base a massa corporal e estatura
referidas, mediante o emprego da equação padrão (massa corporal dividido pela estatura ao
quadrado) e categorizados em sobrepeso, o IMC de 25,0 kg/m
2
a 29,9 kg/m2
, e obesidade, IMC
≥30,0 kg/m2
. O peso normal foi classificado em IMC até 24,9 kg/m2
(categoria de referência). A
variável independente foi a prática de atividades físicas no lazer (AFL), aeróbia, em intensidade
moderada a vigorosa, classificada em 150 minutos ou mais e <150 minutos por semana. As
variáveis de controle nas análises ajustadas foram sexo, idade, situação conjugal, consumo de
frutas, consumo de hortaliças, consumo de carnes, consumo de frango, consumo de refrigerantes e
consumo de salgados. A associação foi estimada via Odds Ratio, nas análises brutas e ajustadas, por
meio do teste de Regressão Logística Multinomial. O nível de significância foi de 5%. As
prevalências de sobrepeso e obesidade foram de 21,7% e 6,0%, respectivamente. Na análise bruta,
observou-se a associação da prática de AFL por 150 minutos ou mais (OR: 2,10; IC95% 1,54 –
2,86) em relação ao sobrepeso, mas, não para a obesidade (OR: 0,80; IC95% 0,44 – 1,43). Após o
ajuste para as demais variáveis, manteve-se a associação para o sobrepeso (OR: 1,51; IC95% 1,05 –
2,16). Conclui-se que, em universitários deste estudo, houve a associação da prática de atividades
físicas no lazer em relação ao sobrepeso. Tais resultados merecem cautela, em decorrência do
delineamento do estudo, que minimiza o estabelecimento de causalidade, bem como a possibilidade
de viés referente a variável IMC