PULCINELLI, Maria Carolina Gomes. Uma análise da produção escrita em matemática no pibid. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/52653>. Acesso em: 25/12/2024 11:29
UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO ESCRITA EM MATEMÁTICA NO PIBID Maria Carolina Gomes Pulcinelli/carol.gomes.pulcinelli@gmail.com/Universidade Tecnológica Federal do Paraná Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: CAPES Resumo O trabalho a ser apresentado tem como objetivo analisar o raciocínio dos alunos no ensino básico, mediante a aplicação de uma prova escrita com questões discursivas de matemática. O foco da pesquisa é avaliar, a partir da produção escrita, como o aluno resolve as questões, sua interpretação, como lida com as informações do enunciado, os procedimentos utilizados para chegar no resultado. Os resultados da avaliação fornecem informações que podem ser utilizadas para a regulação do processo de ensino e de aprendizagem. Nesta direção, Sacristán (1998) afirma que a avaliação é qualquer processo para analisar e valorizar as características e condições do discente em função de alguns critérios ou ponto de referência. Para que a avaliação possa servir como ferramenta de regulação do processo de ensino e aprendizagem de matemática, um primeiro passo a ser dado seria mudar o modo de encarar o erro do estudante avaliado. De acordo com Borasi (apud DALTO; BURIASCO, 2009), os erros que os alunos cometem podem ser aproveitados como ponto de partida para investigar a atividade matemática dos estudantes. Esses erros também podem ser utilizados como diagnóstico, remediação e investigação. O diagnóstico e remediação é saber quais as causas que levam ao erro, para que futuramente haja um mecanismo no qual o discente possa evitá-lo. Já a investigação, é quando utiliza-se dos erros para motivar e investigar o conteúdo matemático. Assim, quando o docente corrige o modo como o aluno descreveu o exercício e considera apenas a resposta como certa ou errada, ele está deixando de verificar o conhecimento elaborado e até mesmo o que está em processo de elaboração, privando em obter informações importantes no processo de ensino e aprendizagem. Buriasco (2004), afirma que no ensino da Matemática, mesmo numa avaliação tradicional, onde só é solicitado a resolução do exercício, o docente também deve considerar, além do resultado obtido, o modo de interpretação que o aluno utilizou para resolução da atividade, as escolhas feitas por ele para executar sua tarefa, os conhecimentos matemáticos utilizados, se houve utilização ou não da matemática apresentada em sala de aula e sua capacidade de comunicar-se matematicamente, oralmente ou por escrito. Com base nessa ideia, a aplicação de uma prova escrita foi o instrumento utilizado para analisar a produção escrita e obter informações sobre o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Esta pesquisa é de cunho qualitativo, e se deu por meio de uma atividade realizada por alunos do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Para a coleta de dados, foi aplicada uma prova escrita com três questões em três colégios estaduais da cidade de Cornélio Procópio - Paraná, com as séries variando do ensino fundamental ao médio. O total de alunos que realizaram essa prova foi de 214, porém, neste trabalho iremos considerar a produção escrita de 43 deles. O primeiro procedimento após aplicar a prova foi a correção. Para isso foram utilizados 4 critérios, sendo eles: 0 para incorreto; 1 para parcialmente correto; 2 para correto; 9 para questões em branco. Para o "incorreto", a produção escrita não apresentava nenhuma estratégia que resolve a questão. Para o "parcialmente correto", a produção escrita apresentada pelo discente apontava o início do desenvolvimento de uma estratégia ou procedimento que resolve a questão, mas apresentava erro ou não concluía o desenvolvimento da questão e nem apresenta a resposta correta. Para o "correto", a produção escrita apresentada mostra a estratégia ou procedimento que resolve a questão e apresenta uma resposta correta. Para o "em branco", não há produção escrita a ser analisada. Após a correção, as produções escritas foram descritas, no qual foi observado o passo a passo dos procedimentos realizados pelo discente ao resolverem as questões. Com base nisso, as produções escritas foram agrupadas a partir das estratégias e procedimentos utilizados pelos alunos para resolver a questão e, no momento, estamos trabalhando na análise destes agrupamentos. Os resultados iniciais que obtivemos até o momento mostram que há bastante falta de interpretação dos alunos nos exercícios propostos, muitos deles apenas colocaram os resultados, mas não realizaram o procedimento, outros, nem tentaram responder. Uma das maiores preocupações está na falta de interesse desses discentes, pois já estão em fase final do ensino médio, no qual deveriam ter uma preparação melhor para ingressarem no ensino superior. Vale ressaltar que a pesquisa apresentada está em fase de desenvolvimento e espera-se contribuir em uma formação dos alunos das escolas atendidas pelo PIBID, despertando maiores interesses nos mesmos para que possam desenvolver a interpretação e o raciocínio matemático. Por fim, gostaria de agradecer a CAPES pelo apoio financeiro dado ao projeto, sem o qual este trabalho não poderia ser realizado. Palavras-chave: Avaliação, Educação Matemática, Raciocínio, Aprendizagem. Referências DALTO, Jader; VIOLA DOS SANTOS, João; BURIASCO, Regina. Multiplicidades de resoluções de alunos do ensino médio em problemas abertos de matemática. Brasília, 2017. DALTO, Jader; BURIASCO, Regina. Problema proposto ou problema resolvido: qual a diferença?. São Paulo, 2009. SACRISTÁN, J. G. A avaliação no ensino. In: SACRISTÁN, J. G.; PÉREZ GOMES, A. I. Compreender e transformar o ensino. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. P. 295-351. BURIASCO, R. L. C. de. Análise da produção escrita: a busca do conhecimento escondido. In: ROMANOWSKI, J. P.; MARTINS, P. L. O.; JUNQUEIRA, S. R. A. (orgs.) Conhecimento local e conhecimento universal: a aula, aulas nas ciências naturais e exatas, aulas nas letras e nas artes. Curitiba: Champagnat, 2004.