Um fato lamentável sobre nosso país é que boa parte da população brasileira não possui o hábito da leitura. E isso acaba se refletindo nas futuras gerações que passam a não gostar de ler podendo inclusive desenvolver dificuldades de leitura e escrita. Amiúde, as crianças passam horas em frente a televisão, computadores, videogame, celular entre outras mídias digitais, todavia por não conviverem com leitores e nem receberem quaisquer estímulos nesse sentido depreciam o ato de manusear um livro e lê-lo. Tais constatações são visíveis nos indivíduos que não apresentam nenhuma dificuldade de desenvolvimento cognitivo, para os quais o ato de ler ou não ler um livro é uma opção. O contato com a literatura para os que apresentam algum transtorno mental (sofrimento psíquico) torna-se algo que parece ainda mais inatingível. Partindo-se dessa premissa surgiu a sensibilidade e necessidade de trabalho com esse público. O presente objetiva apresenta, através de pesquisa bibliográfica e projeto realizado em instituição de atendimento psicossocial infanto-juvenil, a importância da literatura como um instrumento para estimular o desenvolvimento cognitivo e simbólico em portadores de transtornos mentais, bem como seu papel educativo ao apresentar representações do semiárido para conhecermos as especificidades dessa região. Utilizamos como fonte o livro Seara Vermelha de Jorge Amado, através do qual realizamos rodas de contação de história, conversas terapêuticas e atividades como desenhos, pinturas e colagens em oficinas de simbolização e aprendizagem no CAPSi Viva Gente, Campina Grande/PB. Como resultado, constatamos a grande importância do hábito da leitura no que concerne desenvolvimento das crianças e adolescentes, bem como seus fins terapêuticos e didáticos, servindo a literatura como instrumento motivador no trabalho psicopedagógico para melhor atender as necessidades dos nossos usuários, sendo facilitadora no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, expressão corporal, capacidade de concentração, entre outros aspectos. Destacamos o estímulo às associações e dessa maneira construir e reconstruir conhecimentos adquirindo novos e ampliando os que já possuíam, sobretudo com relação aos saberes e vivências da região semiárida e êxodo rural da mesma. Utilizamos como referências SOUZA (1996) e SANTOS (2002) acerca dos problemas de aprendizagem; e CALDIN (2001), FLECK (2007), PIENTA (2013) sobre o papel da literatura para fins terapêuticos e educativos.