SOUZA, Vamberto Oliveira De et al.. Transposição do rio são francisco – oásis ou miragem?. Anais I WIASB... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/5055>. Acesso em: 22/11/2024 06:16
O Nordeste brasileiro é caracterizado pela dicotomia entre a disponibilidade de recursos hídricos entre as áreas de seu território. O rio São Francisco é o maior manancial de água doce da região, sendo responsável por 70% dos recursos hídricos da região, mas essa sua pujança está disponível para parte de alguns estados. O presente estudo nasce com a finalidade de analisar a Transposição em seus aspectos diversos, para saber se verdadeiramente ela poderá ser considerada a “salvação” do Nordeste ou apenas mais uma política falha e de interesses partidários. A pesquisa tem caráter exploratório, e em relação aos procedimentos técnicos utilizados pode ser classificada como bibliográfica, pois foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos, teses, dissertações e pesquisa na internet. A transposição de vazões entre bacias hidrográficas é uma política pública que se dá pelo empréstimo de recursos hídricos de uma dada região com abundância de recursos para outra com escassez de água. Pela grande importância do rio São Francisco para a região Nordeste e a contradição da área que ele compreende com a escassez de recursos hídricos ocorrida na porção semiárida, bem como, o discurso de segurança hídrica para 12 milhões de habitantes sertanejos, pode-se considerar o projeto o tal sonhado oásis que a população castigada pela seca sempre caminhou em sua direção, isso para os defensores. Analisando os impactos, observa-se a supervalorização dos benefícios e a desvalorização dos danos as regiões por parte do Ministério da Integração Nacional. A questão da indústria da seca para alguns estudiosos aparenta ser a efetiva motivação do projeto para eles o pouco planejamento, a falta de ajustes ao antigo projeto arquivado por diversas vezes e a falta de um plano executivo, são indicativos da falta de interesse por parte do governo de realizar um projeto que não aumente seus custos ao longo de sua execução, que não tenha atrasos e que cada vez mais deixa a população com uma perspectiva de futuro e de ter condições de sobrevivência em um ambiente tão vulnerável, “o deserto” continuará sendo o mesmo e ainda serão apresentados planos e projetos salvadores, que nada mais são que ilusões e enganações, meras “miragens” para aqueles que têm sede.