O semiárido nordestino configura um cenário crítico no que se refere aos regimes hidrológicos, sendo assim, esta região é caracterizada principalmente pelas irregularidades pluviométricas, com período de estiagem prolongado e alta taxa de evapotranspiração, fatores que associados promovem redução no volume hídrico dos reservatórios. Na região semiárida há duas estações bem definidas: a seca e a cheia, sendo o período de seca marcado por 8 a 9 meses de estiagem e o período de cheia por chuvas torrenciais e taxas pluviométricas que variam de 400-800 mm anuais. Os períodos alternados de seca e cheia, juntamente com outras particularidades climáticas da região intensificam a acumulação de sais e nutrientes, tornando os reservatórios, inseridos nessa região, mais vulneráveis a processos de eutrofização. Diante dessa perspectiva, o objetivo desse trabalho foi de analisar se as peculiaridades climáticas do semiárido nordestino, influenciam na qualidade da água dos reservatórios. O estudo foi realizado em três reservatórios (Soledade, Taperoá e Namorados), situados na Bacia do Rio Paraíba (6°51’S e 7°32’S e 36°15’W e 37°15’W), onde foram realizadas coletas nos períodos de seca e cheia dos anos de 2005/2006/2007/2013, para análise das concentrações de nutrientes (amônia, nitrito, nitrato, fósforo total) e clorofila-a. A amônia e nitrito apresentaram as maiores concentrações nos período de seca, diferentemente do nitrato, que apresentou maiores concentrações no período de chuva. Analisando os nutrientes indicadores de trofia, como Fósforo Total e clorofila-a, foi observado que as concentrações destes compostos foram consideravelmente altas nos reservatórios durante o período de baixo nível (período de seca), fato decorrente da redução do volume hídrico no reservatório, o que favorece a concentração desses nutrientes, além disso, as diversas atividades antropogênicas desenvolvidas ao entorno dos reservatórios (ex. agricultura, construção civil) podem constituir as principais fontes de descarga de fósforo nesses ambientes. Diferenças significativas ocorreram entre as variáveis estudadas em função dos períodos de seca e chuva. Desta forma, fica evidente que, nos períodos de seca as concentrações de nutrientes são maiores em comparação aos períodos de cheia, por isso, torna-se necessária a implantação de gestão e manejos visando à racionalização do uso da água com base nessa realidade, criando formas de minimizar esses efeitos, em prol do bem estar da população.