Boa parte do Nordeste do Brasil está submetida ao clima semiárido. Sobre as características climáticas, foram construídos discursos falaciosos ao longo do tempo, os quais levaram a uma série de fracassos na tentativa de se combater fenômenos oriundos de sua dinâmica natural. De modo geral, o despreparo de políticas públicas voltadas à convivência com o clima semiárido é perceptível ao se observar as infra-estruturas que não suprem as necessidades relacionadas ao abastecimento de água em estiagens prolongadas. Tal despreparo ocasiona crises periódicas que atingem diretamente a população e a qualidade de vida dos habitantes da região semiárida. As crises no abastecimento hídrico ocorrem em razão da modalidade de gestão dos recursos hídricos e da limitada infra-estrutura, fato evidente a cada manifestação de estiagem prolongada. A busca por alternativas e o preparo para períodos críticos são imprescindíveis, tendo em vista a periódica ocorrência desse fenômeno. Para isso, investimentos em pesquisa e tecnologia se fazem necessários. A dinâmica do clima semiárido requer estudos e medidas específicas, para que possam ser pensadas alternativas eficientes voltadas ao armazenamento, à distribuição e ao aproveitamento dos recursos hídricos e, de igual modo, seja feita uma leitura de suas reais características, limitações e potencialidades. A título de ilustração, o presente trabalho estimou o balanço hídrico e o comportamento da precipitação para os anos 2011, 2012 e 2013 de Santa Luzia, município do Estado da Paraíba. O município se encontra localizado em uma área tipicamente semiárida, apresentando temperaturas médias elevadas, irregularidade pluviométrica, dentre outras características. Foi feita uma comparação entre os resultados de cada ano, sendo 2011 um ano de chuva normal e 2012 e 2013 anos secos. Os resultados deste trabalho buscam compreender o comportamento hídrico relacionado às estiagens e a problemas de abastecimento de água, e servir de subsídio ao planejamento e a medidas de prevenção.