A população masculina vem sendo culpabilizada pelos danos causados à própria saúde. Esta sofre com a desigualdade de gênero que influencia fortemente sua construção identitária masculina pregada pela sociedade contemporânea. Aparece neste cenário como fator predisponente da morbimortalidade do homem o estilo de vida atual, pautado pelo uso abusivo de álcool, tabaco, sedentarismo, estresse. Estes fatos configuram um contexto multifacetado que impacta os modos de viver e morrer do homem na atualidade. Assim, para compreender os detalhes desse problema, é necessário relacionar o acesso desses pacientes aos serviços de saúde, tendo em vista que esse é um dos pontos chave para a baixa procura dos homens dentro da atenção primária. Mesmo que essa seja considerada uma tarefa desafiadora, devido as ideologias culturais de masculinidade que os afastam desse setor. O objetivo do estudo foi analisar o conhecimento científico nacional sobre a acessibilidade do homem aos serviços de saúde na atenção primária. Trata-se de um estudo de revisão integrativa. Os artigos foram selecionados em duas bases de dados por meio da Biblioteca virtual em Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF). Realizou-se a coleta dos artigos em setembro de 2017, utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual em Saúde: Saúde do Homem AND Acesso aos serviços de saúde AND Atenção primaria a saúde. Os critérios de inclusão foram: artigos completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas português, que tratassem do assunto, publicados nos últimos 5 anos. Utilizando-se os critérios de inclusão, foram encontrados 107 artigos, desses apenas 5 foram fizeram parte da amostra, pois esses estavam ligados diretamente ao tema, onde 1 estava duplicado nas bases de dados. Seguindo para a análise da amostra passando a reunir os dados significativos. Nas publicações, os homens são referidos como uma clientela que dificilmente procura a Unidade Básica de Saúde (UBS) para questões como planejamento familiar, saúde reprodutiva e sexual. Levando-se em consideração a procura por atendimento, a percepção do espaço majoritariamente frequentado por mulheres, provocaria a situação de não pertencimento àquele espaço, tendo como ponto inicial dessa dificuldade masculina, o entendimento da população sobre o que é ser homem. Sendo esse um dos fatores que influenciam na procura pelos serviços de saúde. Pois, ser homem é ser invulnerável, forte e viril, e estas características são incompatíveis com os quais são representados pela procura por serviços de saúde. Mostra que o acesso, torna-se um relevante problema de saúde pública, já que a busca pelos serviços de saúde por parte dessa população, quando existe, está atrelada a um quadro clínico de morbidade cronificado. Assim, nota-se o grande problema de saúde pública que atinge essa população. Tendo como base do problema a forma com que esses usuários idealizam o ser homem, característica de uma cultura social que acaba por ser reforçada com os entraves encontrados por esses usuários, quando ainda assim buscam ajuda, vindo a ser invisivelmente população alvo dessa vulnerabilidade recorrente.