A administração do medicamento corresponde a uma das diversas etapas do processo medicamentoso, sendo a mesma de responsabilidade da equipe de Enfermagem, em que esses profissionais devem ter ciência sobre os princípios que a envolvem. No que concerne à administração de medicamentos em pacientes pediátricos, é necessário um cuidado diferenciado, visto que se constituem em um grupo vulnerável, com características diferenciadas. Dentre as vias de administração de medicamentos, a via endovenosa (EV) é a mais comumente utilizada no âmbito hospitalar, sendo que esta possui um potencial para ocorrência de erros três vezes maior em pacientes pediátricos hospitalizados do que em outros públicos, podendo comprometer a eficácia medicamentosa e a segurança da criança. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, transversal, de abordagem quantitativa desenvolvido no setor de urgência e emergência de um hospital pediátrico municipal de Fortaleza-CE. A amostra foi composta por 36 técnicos de enfermagem e dois enfermeiros. Foi considerado, segundo o cálculo para população finita, o quantitativo de 327 observações da administração de medicamento por via EV realizadas. A coleta de dados foi realizada por meio da e observação sistemática do processo de administração de medicamento por via endovenosa na criança. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará sob registro de número 1.282.923, respeitando as normas da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Como resultados, constatou-se que em 100% das observações os profissionais de Enfermagem, após o preparo das soluções, não conferiam o medicamento com a prescrição. As ações “monitora o paciente” (45,1%) e “orienta paciente e/ou responsável” (45,2%) obtiveram índice insatisfatório, já as ações “registra/checa a prescrição imediatamente após a administração do medicamento” (86,8%) e “descarta adequadamente os materiais utilizados” (89,3%) foram desempenhados de forma satisfatória. Concluiu-se que maioria das ações realizadas após o preparo e a administração de medicamento por via EV ainda não é satisfatória, sendo necessária a sensibilização dos envolvidos, por meio do desenvolvimento de capacitação para os profissionais de Enfermagem, visando aumentar a segurança do paciente no processo de administração de medicamentos em pediatria.