O objetivo do presente artigo é analisar as contribuições potenciais das feiras orgânicas para o ensino de Ciências da Natureza, em especial a Biologia. Usando como forma de exposição e de método o ensaio, estilo transgressor e que não combina muito com a rigidez das academias de ciências e centros de pesquisa, buscamos dialogar com a literatura e com a nossa própria experiência de vida para vislumbrar possibilidade de utilização das atividades de uma feira de produtos orgânicos para o ensino de Biologia. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa se baseia nas investigações qualitativas, especificamente em uma Narrativa autobiográfica. Nesse sentido, destaca-se que a pesquisa qualitativa em educação pode ser feita a partir de diferentes métodos em vários contextos. A presente pesquisa foi elaborada através de embasamento em narrativas da autora do texto. Para tanto se escolheu iniciar contando um pouco da nossa relação com uma feira agroecológica na cidade de Fortaleza. Apresentam-se dois ensaios, nos quais se descreve experiências como consumidores de uma feira livre de produtos agroecológicos e uma visão sobre como a feira pode servir de mote para o ensino de Biologia. Aliado a esses ensaios, apresenta-se uma breve revisão de literatura acadêmica sobre o tema. Acastela-se a perspectiva do método do ensaio como um contraponto a dureza da linguagem científica, postulando que esse é um recurso que permite certa liberdade de espírito e criatividade, características também compatíveis com o saber sistematizado. Nos espaços da feira é possível, de maneira simples e singular, pesquisar sobre sobre o ciclo da água, da vida, a importância de cada espécie para o equilíbrio e funcionalidade na natureza, a apicultura, a alimentação saudável, entre outros.