MIGUEL, Giulianna. Para além da acessibilidade: um cinema surdo brasileiro. Anais V CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/48509>. Acesso em: 22/12/2024 21:44
O cinema pouco é entendido como ferramenta social, capaz de criar situações de ensino-aprendizagem. Antes disso, o cinema pouco é visto como perpetuador, e muito, de estruturas e imaginários. Quando da reivindicação mais destacada por acessibilidade nos diversos aspectos da vida social, os discursos que só surgem em debate, bem ou mal, por conta de uma lei, põem em xeque a prática que ‘cumpre porque tem que cumprir’, exigindo aprofundamento na questão da representatividade, dado que o cinema sofre justamente com a falta de representatividade (atrás das câmeras sobretudo) dessas minorias emergentes nas últimas décadas enquanto movimentos sociais visibilizados e que passam a influenciar nas legislações, paradigma máximo do Estado democrático de direito. Partindo assim de discussões iniciais, porém pouquíssimos estudadas nas graduações de cinema e comunicação social, pretende-se fazer um panorama histórico dos marcos legais sobre pessoas com deficiência, apresentando a acessibilidade comunicacional no cinema (já obrigatória por lei) e depois focando na pessoa surda e nas referências existentes de cineastas brasileiras/os com esse local de fala, para que despertem os colegas tanto para a potência educativa de oficinas de cinema com surdos na escola, por exemplo, na área da arte-educação, quanto para a necessidade de adotar outro paradigma no fazer cinematográfico em si, considerando a negociação estética e de conteúdo que ocorre nessa mudança, em paralelo ao que ocorre nos cinemas negros, de mulheres, LGBTQIA+, entre outros.