Artigo Anais VII ENLIJE

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-0670

CONTOS PARA CRIANÇA NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA E NO BRASIL: UMA LEITURA DIALOGADA

Palavra-chaves: CONTOS PARA CRIANÇA, O SOL E A LUA, REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA, BRASIL Comunicação Oral (CO) GT 06: Literaturas Africanas e Afro-brasileira Infanto-juvenil: afirmação identitária negra
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Publicado em 29 de agosto de 2018

Resumo

Através da tradição oral, de caráter hereditário, as narrativas são usadas como meio de resistência da cultural local e como meio da preservação de costumes e crenças, além de, evidentemente, constituir-se em um importante espaço para diálogos entre gerações. No contexto das sociedades africanas, algumas dessas narrativas são utilizadas como ferramenta pedagógica para transmissão de heranças culturais para o público infantil, possuindo marcas lúdicas e alegóricas que representam o mundo que o cerca e auxiliam na sua percepção. No nosso país, historicamente, pode-se dizer que há um movimento semelhante, sobretudo quando se pensa na realidade das comunidades indígenas que, antes mesmo de o Brasil Colônia, sempre possuiu suas próprias narrativas, marcando de modo particular o povo indígena, ganhando características semelhantes ao que ocorre nas Áfricas. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo analisar e comparar versões do conto O sol e a lua (1989), por se tratar de uma narrativa curta que explicaria a razão de os dois astros naturais ocuparem sempre momentos distintos, observando como essa história se constrói nas narrativas, identificando-se quais os recursos estilísticos que são utilizados para se configurarem como história para crianças, dando suporte ao seu desenvolvimento e na assimilação de mundo. Para tanto, utilizamos uma versão africana do conto, retirado do livro Contes de l’Afrique Centrale organizado pela Agence de Coopération Culturalle et Technique (principal organização intergovernamental da francofonia), e outra versão indígena brasileira da mesma história (RECANTO DAS LETRAS, 2018). Para as nossas reflexões sobre a noção de oralização das literaturas africanas, baseamo-nos em Leite (2012) e em Freitas (2010); no que diz respeito ao diálogo entre culturas, encontramos em Jullien (2009), as bases que ancoram as nossas ponderações e ainda em Bauman (2012) e Hall (2006) identificamos o suporte necessário para se pensar as questões de cultura. Assim, o nosso percurso nos leva a identificar a literatura de tradição oral africana muito próxima e semelhante às nossas raízes na nossa tradição literária que tem uma forte marca indígena, como nos assinala Câmara Cascudo (2014).

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